Em momentos de crise como a que o Brasil vive hoje, a premissa de que as empresas precisam construir um modelo de gestão com foco na meritocracia no ambiente de trabalho para obter sucesso é ainda mais verdadeira.
Isto porque está cada vez mais claro que somente a performance econômica e o foco em resultados não são mais capazes de garantir a sobrevivência das organizações no mercado.
Os fatos atuais têm provado a fragilidade das grandes corporações num cenário de desconfiança por parte dos consumidores e incertezas sobre o futuro econômico e político. Hoje, as empresas que continuam investindo no fortalecimento da sua cultura de valores e na meritocracia para atrair e reter talentos – garantindo seu crescimento na carreira -, sofrem bem menos e o melhor: se recuperam com mais facilidade.
O ideal é focar nas lideranças da empresa, num ambiente de trabalho saudável e desafiador e na ampliação da sua gama de treinamentos.
Para implantar esta cultura de medir os desempenhos com indicadores e metas claras, reconhecendo e bonificando os melhores, é necessário bastante dedicação e cuidado com a comunicação porque o impacto no cotidiano dos profissionais, que ainda não estão acostumados com este processo, é grande. Porém, quando é bem planejado e comunicado com clareza e transparência, as chances de sucesso são muito grandes.
Será necessário elaborar um planejamento detalhado, que possibilite o encadeamento de objetivos, metas comuns e específicas, além de projetos alinhados com o planejamento estratégico da empresa.
Mas afinal, o que é meritocracia?
Meritocracia é o nome dado ao sistema ou ao modelo de hierarquização e premiação baseado nos méritos pessoais de cada indivíduo. A origem da palavra vem do latim meritum, que significa “mérito”, e o sufixo grego cracía, que quer dizer “poder”. Assim, o significado literal é “poder do mérito”.
Assim, numa empresa na qual as promoções, movimentações, oportunidades de carreira internacional, pagamentos de bonificações e aumentos salariais são feitas com base na meritocracia, o crescimento na carreira profissional dos funcionários é uma consequência natural dos méritos individuais de cada um, ou seja, dos seus esforços (quanto ao alcance de metas pessoais e de sua área, formações, conclusão de treinamentos, etc).
Ou seja, não adianta somente o empenho. Para crescer na empresa, os profissionais são cobrados por desempenho.
As posições hierárquicas vão sendo conquistadas na medida em que os funcionários vão demonstrando melhores valores educacionais, mais aptidões técnicas e profissionais, melhor relacionamento interpessoal e mais qualificações, competências e habilidades exigidas pelo escopo que desenvolvem na empresa. Assim, se sentem motivados e se dedicam cada vez mais em suas funções, buscando alcançar as melhores oportunidades.
Avaliação de Desempenho é ponto de partida
O passo mais importante para implementar a meritocracia é partir de um processo estruturado de avaliação de desempenho. Ou seja, todos os funcionários precisam ter em um mesmo documento:
- Quais são suas metas individuais;
- Quais as metas de sua área;
- O quanto eles vêm avançando em cada uma delas;
- Quais treinamentos que precisam ser concluídos e em que prazo;
- Quais seus pontos fortes;
- Quais seus pontos a serem melhorados.
É necessário, ainda, estabelecer um cronograma de feedbacks formais, ou seja, programar datas – no mínimo duas vezes por ano – para as conversas entre gestor e funcionário, sobre desempenho.
Para que tudo isso ocorra é preciso disciplina, perseverança, trabalho árduo de todos os envolvidos – não é apenas um trabalho para a área de RH, mas de todo o quadro organizacional da empresa. É imprescindível colocar a mão na massa e os resultados duradouros virão naturalmente.