O impacto dos recursos tecnológicos no treinamento corporativo
Nos dias atuais, treinamento corporativo e recursos tecnológicos formam uma boa parceria na construção de uma capacitação, não é mesmo?
Agora, como você faz para medir o aprendizado informal do seu colaborador numa capacitação online, dentro da sua organização? Consegue acompanhar a informação compartilhada? E quanto às informações acessadas pelo mobile learning, é possível rastrear?
Já tentou de maneira simples gerar os dados a partir do histórico e de indicadores de projetos anteriores visando melhorar projetos novos e tentar reaproveitar o capital intelectual gerado pelos alunos?
Em algum momento idealizou o suporte ao desempenho e não conseguiu o modelo eficiente de integração dele com seu LMS? Também pensou em integrar as informações que seus colaboradores geram através de um APP para seu LMS e não foi possível?
E por último, como vai justificar o investimento num projeto, se não tiver indicadores para comprovar que a sua atuação foi eficiente?
Temos a solução que você precisa.
O recurso tecnológico que não pode faltar nos projetos de capacitação da sua empresa – a especificação xAPI.
A influência da internet na criação do xAPI
Na década de 90, o crescimento da internet – Word Wide Web, o famoso www – criou a possibilidade de instrução através dos computadores. Foi o ponto de partida para as pessoas utilizarem os computadores na busca de conhecimento. O surgimento da tecnologia móvel, das redes sociais, da computação em nuvem e de muitos outros recursos aumentou a oferta de informações. Esses foram os estímulos para o desenvolvimento do xAPI, porque ele facilita a criação dos projetos de capacitação. Com ele, os desenhistas instrucionais, e os programadores puderam ampliar as possibilidades das especificações anteriores ICC e SCORM, que são as mais comuns.
O ICC foi desenvolvido pela Força de Segurança Americana com objetivo de criar um padrão no desenvolvimento de simuladores usados nos treinamentos dos pilotos que pudesse ser reaproveitado. Já o SCORM foi introduzido no mercado em 2000. Desde então desempenha um papel importante no oferecimento de cursos online. Antes dele, um produto ou um curso era um grande sistema. Era desenvolvido um sistema para o chat, outro para o fórum, ou seja, muito trabalho e pouca praticidade.
Como chegamos até aqui?
O xAPI foi criado a partir da necessidade da comunidade de E-learning modernizar as capacidades do SCORM, que em português significa – modelo de referência para compartilhamento de objetos de aprendizagem. Inicialmente ele foi desenvolvido para que o material didático fosse integrado com os sistemas de aprendizagem, como o LMS e o Java.
Com a entrada do SCORM como recurso, os conteúdos passaram a ser integrados aos sistemas aumentando o reaproveitamento das informações e reduzindo, significativamente, os investimentos tanto de manutenção como os das produções iniciais.
Após a sua última atualização, em 2009, ficou muito claro que ele era limitado. Em 2010, a ADL – Advanced Distributed Learning – instituição que produziu e é responsável pelo SCORM, bem como pelo o xAPI, reconheceu a necessidade de desenvolver um novo protocolo para suportar os dispositivos móveis, as tecnologias atuais e os avanços que estão por vir. Eles são protocolos de comunicação que funcionam como se fossem uma ponte entre dois blocos.
Em 2011, a ADL encomendou à empresa Rustici Software o desenvolvimento do xAPI. Ela contou com uma comunidade dedicada nas investigações de processos possíveis. Depois de muita discussão científica foi criado o projeto Ti Can, que é o xAPI. Foi uma oportunidade enriquecedora para gerar vários arquivos e entrevistas dos players. A Fábrica participou dessa construção colaborando com a comunidade científica.
O maior objetivo dessa tarefa foi identificar as prioridades e as exigências para desenvolver e considerar os recursos que precisava ter para tornar o SCORM ainda melhor. Enfim, em 2012, a ADL lançou a sua primeira versão chamada de 0.9, sendo que a mais atual é a versão 1.0.1.
A construção da aprendizagem no fluxo do trabalho
O xAPI pode ser usado na criação de cursos tradicionais permitindo a inclusão de exercícios, avaliações e de outros formatos bem utilizados
nos projetos de capacitação – cursos livres e academias, por exemplo. No entanto, ele possibilita a incorporação de várias outras atividades.
Estes são alguns exemplos:
- Tarefas relacionadas ao seu trabalho.
- Suporte de visita a cliente.
- Interação com dispositivos móveis e redes sociais.
- Pesquisa de conteúdo que faça, por exemplo, no Google. Compra efetiva de livros, DVDs, atividades, jogos e simulação.
Essa capacidade do xAPI permite definir a construção da aprendizagem baseada no fluxo de trabalho e que os colaboradores apliquem esse aprendizado nas suas atividades profissionais, enquanto estão desenvolvendo as atividades de capacitação estão trabalhando. É o que chamamos de On the job. Ele também amplia a criatividade e incentiva o desenvolvimento de projetos de capacitação. É uma tecnologia de conteúdo distribuível e continuado, que registra diversas formas de interação organizando-as num formato padronizado, permitindo uma visão ampla do aprendizado do usuário em diferentes plataformas. Com ela, acredite, ultrapassamos as limitações tecnológicas ainda impostas pelas especificações ICC e SCORM.
O que você precisa saber mais sobre o xAPI
É uma especificação de tecnologia educacional que oferece um modelo de referência, uma descrição das experiências ou registro de cada atividade de aprendizagem formal ou informal. Com ela é possível fazer o registro das interações específicas que o usuário trilhou, como: se assistiu ao vídeo, se fez exercícios, concluiu as atividades, ou seja, é possível saber o que o seu colaborador fez ao longo do curso, registrando as experiências que ele vivenciou e como isso aconteceu.
O termo API – Aplication Problem Interface – é amplamente utilizado pelas indústrias de softwares, principalmente na área de desenvolvimento de sistemas. Ele é a forma que os sistemas se relacionam na maioria dos casos. Para ficar mais claro, pense que você tem um sistema fechado e precisa integrá-lo a um outro sistema, mas você não tem acesso ao código fonte deles. E aí, como resolver?! Você vai usar o xAPI para que eles se comuniquem. Ele tem uma biblioteca de funções de programação que os desenvolvedores de softwares podem utilizar para integrar duas ou mais aplicações de softwares separados.
3 principais características do Experience API
- Ele tem uma estrutura para descrever as experiências de aprendizagem específicas realizadas pelo aluno. É o que chamamos de – sujeito, verbo e predicado – I did this. Essa estrutura faz o registro de atividades num formato simples para que pessoas e computadores possam ler e gravar as informações. Os registros dessas atividades transmitem as experiências dos alunos nos cursos, nos aplicativos ou nos sistemas que servem como provedor dessas informações. Esses registros ficam no LRS – Learning Record Store.
- Os métodos de transferência de dados para armazenamento e recuperação de registros – das atividades DE PARA – ficam no LRS, que é um repositório de registro de aprendizagem e gravação desses dados. Ele não é um sistema de gestão de aprendizagem. O LRS emite o relatório do que o aluno fez a partir das informações brutas.
- Possui mecanismos de segurança que permitem o intercâmbio confiável das informações e de suas fontes.